Em termos gerais, as crianças com DEA apresentam discrepância entre o seu potencial estimado de aprendizagem e as suas realizações. São alunos que apresentam dificuldades ao nível da leitura, da escrita e/ou aritmética. Contudo, são alunos com inteligência normal, ou mesmo acima da média, podendo ter dificuldades nestas áreas e apresentarem desempenhos excelentes em determinadas tarefas escolares ou outras do quotidiano. Apresentam, por vezes, comportamentos de distração, são muito ativos, esquecidos e tagarelas. Este perfil deve-se à dificuldade de a criança selecionar os estímulos importantes. As mensagens sensoriais são recebidas, mas não são integradas, por isso a necessidade de otimizar os níveis de atenção.
Os problemas emocionais (andam tristes, têm dificuldades nas relações com os colegas, podem voltar a não controlar os esfíncteres, têm dores somáticas, recusam-se a ir para a escola, etc.), de memória, cognitivos, psicolinguísticos, psicomotores e outros, podem estar também presentes nas crianças com DEA.
Estas dificuldades podem comprometer o desenvolvimento nas áreas académicas da leitura, escrita e aritmética, iniciadas no 1º ciclo. Daí a importância de avaliação e identificação ao nível do pré-escolar.
É ao nível da linguagem visual, ou escrita, e da linguagem quantitativa, as quais envolvem a leitura, a escrita e a aritmética, que surgem as principais DAE, nomeadamente:
a) Dislexia – dificuldades na distinção ou memorização de letras, ou grupo de letras, e problemas de ordenação, de ritmo e de estruturação das frases, prejudicando simultaneamente a escrita e a leitura (lenta, sem ritmo, com leitura parcial de palavras, perda da linha, omissões e adições);
b) Disgrafia – disfuncionalidade da escrita relativa aos seus aspetos motores; irregularidade no tamanho, forma, inclinação, traçado, espaçamento e ligações entre as letras;
c) Disortografia – perturbação específica da escrita, que altera a transmissão do código linguístico ao nível dos fonemas, dos grafemas, e da associação correta entre eles, no que respeita a peculiaridades ortográficas de certas palavras e regras de ortografia;
d) Discalculia – dificuldades na simbolização dos números e na capacidade aritmética, isto é, na habilidade de calcular.
A minha intervenção nas DEA, envolve diretamente o aluno, assim como a família e os professores, de forma consistente e contínua. O principal objetivo é otimizar as capacidades que o aluno tem para as tarefas académicas e ajudar a encontrar e automatizar estratégias para superar as dificuldades.